O CCD (Colony Collapse Disorder) ou
desaparecimento das abelhas é uma realidade recente, que é atualmente o
pesadelo da apicultura e meliponicultura mundial, já que as abelhas são
responsáveis por 80% da polinização global, realçando que dois terços dos alimentos
que nós ingerimos são cultivados com a ajuda das abelhas. Sem elas a maioria
dos alimentos como (frutas, legumes e grãos.) correm o risco de desaparecerem
colocando em perigo total a vida da humanidade.
Quando uma colônia é diminuída sua
população de abelhas sem deixar rastros, deixando para traz crias, mel, pólen
e, às vezes até, a própria rainha é constatado o CCD.
Cientistas afirmam que o CCD afeta o
sistema nervoso das abelhas, causando um “curto-circuito”, penetrando
diretamente sua memória e seu senso de direção. Assim, quando as abelhas
visitam as flores para colheita do néctar e pólen, não conseguem voltar para
suas colmeias, elas simplesmente desparecem.
Foi oficialmente discutido este
assunto no “Apimondia” 2007 (Congresso Mundial de Apicultura) na Austrália, os
números de colmeias afetadas nos EUA é alarmante, se estendendo pela Europa, América
do Sul e infelizmente há casos isolados no Brasil, esta síndrome foi constatada
nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. Conforme
o apicultor Alcindo Alves, a região de Sorocaba-SP é produtora de mel e
apicultores têm notado o desaparecimento de pequena parte de suas abelhas, o
que ainda não afetou comercialmente o setor. Ele avalia o problema como
preocupante, pois casou prejuízos nos Estados Unidos e outros países por não se
tratar de apenas uma perda comercial, mas sim de um ecossistema.
Entre os principais motivos apontados
sobre este desaparecimento estão o uso de pesticidas, especialmente os
neonicotinoides, uma das classes mais utilizadas por agricultores. "Os
neonicotinoides têm uma segurança grande com relação aos mamíferos,
principalmente o homem, por isso são bastante utilizados. O problema é que eles
afetam não apenas os insetos que são considerados pragas, mas os polinizadores
também", explica Aroni Sattler, professor de agronomia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, cujo trabalho envolve ajudar apicultores a
descobrir a causa da perda de suas abelhas. Além dos pesticidas, vírus, fungos,
bactérias e outros parasitas são apontados como vilões. O principal é o
ácaro Varroa destructor, que se agarra às abelhas, suga sua hemolinfa (o
“sangue” dos insetos) e pode transmitir vírus. Também a monocultura e o manejo
inadequado das colmeias por parte dos criadores também atrapalham os insetos.
Uma área de plantação extensa com apenas um tipo de planta, como a soja ou o
girassol, faz com que as abelhas colocadas para trabalhar naquela região se
alimentem de um tipo de pólen exclusivamente. A restrição causa má-nutrição,
uma vez o pólen de cada planta possui uma composição diferente de proteína.
"A abelha evoluiu com as plantas que se reproduzem por meio de flores, uma
dependendo da outra, enquanto a monocultura é mais recente", explica
Sattler.
Algumas posições simples fariam
grandes benefícios. Aplicando os pesticidas na temporada correta, não durante
as floradas, e com muita cautela. Usá-los no fim do dia, quando as abelhas já recolhidas
nas colmeias, reduziria os danos.
Portanto não se sabe verdadeiramente a
causa desta síndrome misteriosa, o mais importante agora é manter as
autoridades governamentais e a população ciente sobre a tamanha importância das
abelhas à vida humana, incentivando a um meio mais sustentável.
Texto de Elvis Mesquita
Referência: APACAME
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